segunda-feira, 15 de outubro de 2012




                      As esganadas  -  Gabriel Gomes



                         

Nome: As esganadas
Autor: Jô Soares
Editora: Companhia das Letras
Classificação: 8,5

                                       Sinopse:

Em As Esganadas, o autor do best-seller O xangô de Baker Street explora mais uma vez tema que lhe é caro os assassinatos em série. No entanto, tal como Alfred Hitchcock, que desprezava os romances policiais cujo objetivo se resume a descobrir quem é o criminoso (o famoso “whodonit”), Jô Soares  revela logo no início não somente quem é o desalmado como sua motivação psicológica (melhor dizer psicanalítica) para matar. O delicioso núcleo narrativo está nas tentativas aparvalhadas da polícia de encontrar um criminoso que, além de muito esperto e de não despertar suspeita nenhuma, possui uma rara característica física que dificulta sobremaneira a utilização dos novos “métodos científicos” da polícia carioca.
Para investigar os crimes, o famigerado chefe de polícia Filinto Müller designa um delegado ranzinza, assessorado por um auxiliar obtuso e medroso, e que contará com a inestimável ajuda de um sofisticado e culto ex-inspetor. Na perseguição ao criminoso, os três investigadores ganham a desejável companhia de uma jovem linda, destemida, viajada e moderna, que é repórter e fotógrafa da principal revista ilustrada do país.
O leitor também pode se fartar aqui com uma outra faceta constante da obra literária de Jô Soares: a escolha de um momento do passado para cenário de sua narrativa, o que lhe permite entrar em detalhes históricos curiosos enquanto desenvolve a trama. Desta vez, voltamos ao Rio de Janeiro do Estado Novo, tendo por pano de fundo mais amplo o avanço do nazismo e as primeiras nuvens ameaçadoras que anunciam a Segunda Guerra Mundial. Entre os eventos da época que Jô resgata estão uma corrida de automóveis no Circuito da Gávea (de que participam o cineasta Manoel de Oliveira e o lendário Chico Landi) e a transmissão pelo rádio da derrota do Brasil de Leônidas da Silva para a Itália na semifinal da Copa de 1938, na França.
Com a verve que lhe é característica, Jô consegue, neste As Esganadas, realizar a façanha de narrar uma série de crimes brutais, com requintes inimagináveis de crueldade, e deixar o leitor com um sorriso satisfeito nos lábios.

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Épico, engraçado, perverso e guloso.

Temos uma bela obra para analisar aqui. Primeiro fato: os personagens são PERFEITAMENTE construídos, nunca saem do que é devido a eles, cada um com características peculiares e humanas de verdade, a construção dos personagens talvez seja o que eu mais gostei neste livro, a melhor e mais marcante característica do mesmo.

Há tempos já queria lê-lo, a primeira coisa que me chamou a atenção nele foi ser nacional, não que eu ache o Jô Soares algo além de um apresentador de um programa que eu nunca assisti, mas... Eu nem sabia que ele já tinha escrito outros livros antes deste e fiquei sabendo só há pouco tempo.  Outra coisa que gostei nesse aqui foi o tema estranho da história, um assassino de gordas, muito interessante com certeza.

Como promete o tema, a história é realmente bem interessante, dramática e com humor ácido presente (o que eu amo).

O único deslize talvez seja a impossibilidade de alguns fatos, ele simplesmente narrou certos acontecimentos sem dar nenhum suporte de sustentação para os mesmos, algumas falas que não tem a ver com a conversa, fatos impossíveis de acontecer e coisas assim, e esse erro é um bem grave, porém é o único, vale a pena se você conseguir suportá-lo.

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